sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Amor platônico

Digníssimo Léo.

Mais uma tentativa infame de enviar-lhe a melhor carta possível, com o mais cândido amor, que ainda insiste em habitar aqui dentro.
Esta é a terceira, muito embora possa se tornar a quarta carta que rasgo, na procura da perfeição, para enviar de uma maneira talvez lúcida, os meus sentimentos até você. Já que aquele e-mail não ficou tão claro.
Todas as manhãs, ao abrir os olhos, observo tua cansada face ao passear interminantemente em meus sonhos, mas ainda deliciosa e cativante.
Quero rasgar minha cabeça e tirar-lhe de dentro, somente assim, poderia sentir a sua presença tão almejada.
Ao contemplar seu olhar, queria que seu desejo fosse o mesmo que o meu; ao ouvir tua voz, queria que você pronunciasse apenas o meu nome, em meu ouvido, interminavelmente.
Ainda espero sua resposta. A resposta daquele e-mail que mexe com toda a estrutura do meu corpo. Destroçando meus ossos fracos, abatendo minha pele frígida, destruindo a alegria que pudesse existir, somente com a confirmação da sua leitura.
Há milhares de pilhas e pilhas de vergonha, medo e insegurança, em cima dessa confusão toda que existe em mim, mas ainda existe o amor, que fala mais alto, que é forte e que supera qualquer incerteza desse amor platônico.
Contemplá-lo é o que mais faço e o que mais gosto, já que não posso fazer o que realmente sonho: Tê-lo somente aqui, comigo. Só pra mim. Talvez um olhar seja necessário para você responder todas as minhas perguntas. Talvez um beijo seja o suficiente para eu ter certeza. Enquanto nada disso vem e nada disso venha existir, eu fico aqui procurando uma resposta por nunca te ver com uma garota, passeando de mãos dadas e por nunca olhar pra mim, da mesma forma que olho para você: Como a pessoa ideal para minha vida.
Estou esperando a facada no meu peito. Prefiro morrer sabendo da verdade, do que estar viva com todas essas dúvidas. Arranque de mim a vida imediatamente, mas não me deixe viva e me matando a cada dia, aos poucos.


Com amor e loucura, daquela que sempre te quis bem.
Te sirvo uma dose de amor e há quatro anos espero que aceite.

(Não preciso colocar meu nome, você já sabe quem sou).

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Postado por:
Natalia Araújo

4 comentários:

  1. Muito boa a colocação das palavras.
    Adorei a maneira que vs desenrolou o vocabulário.
    bjus
    xD

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  2. nossa, profundo isso, gostei mt da forma que vc escreveu !
    seguindo *--*

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Obrigada por estar comentando, volte sempre ;*